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A preocupante inexistência de um planejamento estratégico para o desenvolvimento

Imprensa


25/08/2011

A preocupante inexistência de um planejamento estratégico para o desenvolvimento

A Paraíba tem tido um papel coadjuvante no crescimento econômico do Brasil, no Nordeste e em relação aos estados circunvizinhos. O Estado conta com uma enorme carência em infra-estrutura que atinge, principalmente, o setor secundário e o turismo, ambos de fundamental importância para o seu desenvolvimento econômico.

A corrida pela atração de novos investimentos ao estado associado à ausência de um adequado planejamento estratégico para a região, tem levado à concessão exacerbada de incentivos fiscais, promovendo a guerra fiscal. Todavia, outras políticas que poderiam impulsionar o desenvolvimento econômico do estado de forma mais eficaz, foram esquecidas e abandonadas, como a construção de um porto em águas profundas – que já tinha figurado no planejamento estratégico do governo anterior – para atrair principalmente indústrias exportadoras e aquelas que necessitam de enorme quantidade de produtos importados, além do comércio, pela logística.

O projeto de construção de um porto de águas profundas foi apresentado em 2010 e seria localizado no município de Lucena, a 40 km de João Pessoa, possuindo um calado de 19 metros, sendo o mais profundo da região Nordeste, viabilizando o descarregamento de navios de grande porte e competindo com Pecem e Suape. A necessidade de um novo porto em águas profundas se dá principalmente na impossibilidade de ampliação do porto de Cabedelo, atualmente o único porto do estado, que por questões naturais fica impossibilitado de ter seu calado ampliado a um patamar viável a atracagem de navios de grande porte.

A insuficiência de infra-estrutura e de mão de obra qualificada, principalmente nos municípios mais pobres e do interior do Estado, implica ainda mais na concentração dos investimentos nas Regiões Metropolitanas de João Pessoa e Campina Grande, inviabilizando que o desenvolvimento econômico encontre os municípios com mais baixos IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – do interior do estado. O crescimento de toda a dinâmica econômica e arrecadatória são verificados apenas nos grandes centros que recebem os investimentos, potencializando ainda mais as disparidades socioeconômicas entre as microrregiões.

Um planejamento estratégico focado inicialmente na utilização da capacidade ociosa de infraestrutura, principalmente nos municípios mais pobres, juntamente com o fomento aos Arranjos Produtivos Locais (APLs) já existentes no Estado, são políticas que efetivamente auxiliariam na redução dessas disparidades, principalmente com o aproveitamento do excedente de mão de obra semiqualificada e das instalações ociosas presentes nos municípios mais carentes, bem como o maior aproveitamento da transposição do rio São Francisco que abrangerá grande parte do estado, com investimentos principalmente na agroindústria e em agricultura irrigada, hoje sem qualquer plano ou política pública em nível estadual.

No que tange ao turismo local, carece o Estado da Paraíba da promoção de um local – destino turístico - assim como ocorre com Porto Seguro, na Bahia, Porto de Galinhas e Fernando de Noronha, em Pernambuco, e a Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, capazes de atrair enorme quantidade de turistas, por serem conhecidos como “points”.

No entanto, cabe aos gestores municipais uma maior atuação, principalmente na elaboração de proposta concretas que viabilizem e auxiliem as ações do Governo do Estado, de modo que todos os Municípios sejam realmente englobados no planejamento estratégico para desenvolvimento integrado e harmônico da Paraíba, que ainda não existe.

 

REVISTA NORDESTE

Ano 6 – 58ª Edição Agosto 2011-08-29

ARTIGO

Raul Costa Bezerra Cavalcanti

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