BNB lança FNE Verde para setor sucroalcooleiro

Junto com o Proinfra, Banco dispõe de R$ 3 bi para Região

O setor sucroalcooleiro passou a contar com um incentivo que vem em boa hora. O Banco do Nordeste, por meio do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), quer diminuir ainda mais as restrições do acesso ao crédito que impedem o crescimento do setor e investe pesado na linha de financiamento FNE Verde. Em síntese, ela pode ser usada para financiar atividades produtivas ligadas ao controle ambiental. Contempla, dentre outros, projetos de geração de energia alternativa (solar,eólica, de biomassa e biodiesel). Junto com os recursos do Programa de Financiamento à Infra-Estrutura Complementar da Região Nordeste, o Proinfra, o BNB dispõe, este ano, de R$ 3 bilhões para investir no Nordeste, em projetos de infra-estrutura e produção.

O consultor empresarial Ricardo Di Cavalcanti, que atende mais de 15 empresas do setor sucroalcooleiro, explica que, com o FNE Verde, as usinas poderão gerar energia de fontes alternativas com condições facilitadas e custos bem menores. "O prazo de amortização aumentou de 12 para 20 anos a uma taxa de juros fixa de, em média, 10% ao ano", informa. Outra facilidade é que o BNB pode chegar a financiar 70% do negócio (tanto via FNE Verde quanto Proinfra), além de bancar também o custeio e replantio da cana, por meio de outras linhas de crédito, como o FNE Rural e FNE para a Agro-indústria. "Os empréstimos não têm limite de mínimo ou máximo. Tudo vai depender do programa de investimento e de disponibilidade de garantia do cliente", adianta Di Cavalcanti.

Por meio do Proinfra, as empresas do setor sucroalcooleiro podem investir em parques de tancagem, a fim de estimular as exportações de álcool, bem como aplicar os recursos disponíveis em infra-estrutura para escoar a produção. " Pelo BNDES o custo financeiro é muito maior e o prazo de amortização bem menor", compara o consultor. De acordo com ele, Pernambuco e Alagoas vêm sendo beneficiados com essa nova política de apoio do BNB. "A procura tem sido grande por esses recursos e todos que já foram atendidos estão muito satisfeitos", garante. Ele acrescenta ainda que, com essa política, o Banco também está preparado agora para financiar projetos de Parceria Público Privada (PPP), especialmente por ter esticado o prazo de amortização dos empréstimos.

FOLHA DE PERNAMBUCO - ECONOMIA