Crédito para bens intangíveis

No meio da tempestade de notícias sobre o aumento da oferta de crédito para as empresas pelos bancos oficiais (BNDES, Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Caixa Econômica) no Nordeste acabou ficando pouco conhecida a extensão do alcance dos financiamentos para implantação de novos empreendimentos em despesas de bens não físicos (intangíveis) dentro dos pacotes tradicionais de crédito. 

Bens intangíveis são o conjunto de serviços que toda empresa precisa para funcionar, mas que na hora de tomar o empréstimo ficam concentrados no imóvel, equipamentos e capital de giro – que acaba sendo usado para toda uma série de despesas que podem simplesmente levar a situação do novo empreendimento já abrir falido por ter usado o dinheiro em despesas que o banco financiaria.

São coisas como estudos e pesquisas de mercado, consultoria de marketing, assessoria e planejamento estratégico, produção de campanhas de publicidade, produção de comerciais, investimentos em promoção e pontos de vendas, recrutamento e seleção de pessoal, capacitação, treinamento e reciclagem consultorias de RH e até os sistemas de logística e despesas de pré-operação para por a empresa em marcha. E que o empresário acha que não são financiáveis.

Parte dessas despesas, revela o consultor Ricardo Di Cavalcanti, que atua nesse tipo de projeto, acaba sendo bancada pelo empresário com seus recursos por puro desconhecimento. Só agora, depois de analisar as dificuldades das empresas nordestinas no início da suas atividades, os bancos públicos perceberam que precisavam ir mais longe e financiar o que é tão importante quanto uma boa máquina.

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Fernando Castilho