Financiamento sem restrição

O consultor Ricardo di Cavalcanti há 18 anos lidera equipes de análise de projetos de investimentos, de mercado de capitais, de fusões e aquisições, obtendo recursos nacionais e internacionais para seus clientes. Anteriormente, durante 20 anos, exerceu as mesmas atividades como dirigente de bancos. E tem uma atuação forte no BNDES, BB, BNB e Caixa. Nesta entrevista, Di Cavalcanti faz prognósticos para 2011.

Os especialistas indicam que o próximo governo federal vai dar um freio nos gastos. Essa iniciativa pode restringir os financiamentos oficiais?

Não haverá restrição de financiamentos oficiais a investimentos, que geram maior oferta. Os bancos de desenvolvimento de todo o mundo, para venderem máquinas e equipamentos dos seus países, estão procurando os bancos brasileiros para repassarem as suas linhas de financiamentos. O Bird e o BID já são bancos financiadores tradicionais do BNDES.

O Nordeste pode ser atingido por essas medidas? O BNB e o BNDES continuarão com suas linhas de financiamento?

Vão continuar com suas linhas de financiamento. O BNB deverá ter o seu capital aumentado com recursos do Tesouro Nacional e inovará nas fontes de recursos para repassá-los ao desenvolvimento nordestino – novos fundings, financiando investimentos. O BNDES e o BNB passarão a dar prioridade no apoio às empresas dos programas de investimentos com recursos da área de mercado de capitais.

O clima de negócios de Pernambuco, com anúncios de novos empreendimentos, fará do Estado uma ilha de prosperidade a partir de 2011?

Se permanecer a divulgação sistemática de novos empreendimentos para o Estado em todo o país, o clima de negócios favorecerá enormemente a prosperidade na Região Metropolitana do Recife e municípios limítrofes – para os capacitados com razoável nível de escolaridade. Toda a região semiárida e demais municípios terão crescimento vegetativo se a mesma política perdurar.

Revista Negócios PE

Institucional – Antonio Magalhães

Ano 4 - Edição 19 - Janeiro - 2011