Linha de Financiamento BNDES e BNB (Verde)

Desastre com reparo financiável  

Num debate sobre a produção de etanol, na Fundaj, ao responder ao questionamento da pesquisadora Alexandrina Sobreira sobre as linhas de pesquisa que a Facepe teria para os problemas ambientais decorrentes da produção de cana-de-açúcar, o presidente da entidade, Diogo Simões, foi contundente: Se financiar pesquisa no segmento ambiental, tudo que puder dispor será para reduzir o desastre ambiental no Araripe provocado pela indústria do gesso.

Diogo Simões se referia ao crime ecológico que o setor perpetua contra a caatinga, onde a extração ilegal de 230 mil m³ de lenha nativa mensal devasta 1.600 hectares de vegetação nativa a cada 30 dias sem que rigorosamente nada esteja sendo feito desde que as indústrias do setor saíram do uso do óleo BPF e do coque de petróleo para simplesmente queimar o que for possível cortar no frágil ecossistema da caatinga. Tradução: o gesso que está sendo aplicado nas nossas residências embute um elevado volume de destruição ambiental que o Ibama não consegue barrar em função da questão social que o fechamento da indústria de calcinação de gipsita provocaria.

Curiosamente, os bancos de desenvolvimento nacional e regional (BNDES e BNB) possuem linhas de financiamento de longo prazo para amortização com até 20 anos, com oito de carência e taxas de juros que vão a 7,5%. No caso do BNB, o FNE Verde financia projetos de reciclagem, reflorestamento, geração de energia alternativa (biomassa e biodisel) e a produção de remédios e produtos fitoterápicos. Mas apesar disso, o dinheiro não está sendo procurado por falta de informação de suas aplicações pela maioria das empresas.

» Sustentável

Especialista em projetos de financiamento bancário,o consultor Ricardo Di Cavalcanti, da Di Cavalcanti e Associados, informa que qualquer empresa pode pleitear linhas do BNDES e BNB Verde, porque elas visam o conceito de sustentabilidade e não agressão à natureza.

JORNAL DO COMMERCIO 

JC Negócios

Fernando Castilho