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Mercado Financeiro: Ordem é Diversificar

Imprensa


21/04/1987

Mercado Financeiro: Ordem é Diversificar

Com as escaladas das taxas de juros o mercado de ações chegou ao fundo do poço, afirma o diretor de Crédito, Financiamento e Investimento do Banorte, economista Ricardo Di Cavalcanti, frisando que os negócios nas bolsas chegaram ao nível mais baixo que se espera alcançar enquanto o mercado de renda fixa (cadernetas, letras, fundos de investimento LBC, CDB) está superaquecido, com os aplicadores procurando cada vez mais liquidez e rentabilidade nos seus investimentos, para superar a inflação galopante.

Por conta dessa instabilidade na economia, o investidor tem procurado adquirir papéis de curto prazo, sobretudo os de 60 dias, que é o menor prazo estabelecido pelo Banco Central, a exceção das cadernetas de poupança, comentou ele. Porém, como especialista na área de investimentos, sua orientação é que os poupadores procurem diversificar o máximo as suas aplicações, ou seja, não botar todos os ovos numa cesta só.

Dentro deste contexto, ele cita, inclusive, o mercado acionário, que por se encontrar num nível mais baixo, os preços das ações estão baratos, tornando-se uma excelente opção para o investidor, que pode destinar parte dos seus recursos para esse segmento de médio e longo prazos, podendo comprometer, com certa segurança, um percentual de até 10% de seu patrimônio. O que ele recomenda ao investidor dessa área é que seja cuidadoso na escolha dos títulos e para os que não entendem do setor, o ideal seria os fundos de investimento ou carteiras que são administrados por especialistas.

 A OUTRA PONTA

 Se o mercado financeiro está bom para o aplicador devido as altas taxas de juros, existe, na outra ponta, o tomador de recursos: os empresários que necessitam dos financiamentos para investimento, os de médio e longo prazos e até os de curto prazo para capital de giro, bem como o consumidor, com o crédito para consumo, que vem sofrendo os efeitos do custo do dinheiro. Segundo Ricardo Di Cavalcanti, os agentes financeiros estão tentando compatibilizar esses dois segmentos, de forma a conciliar os interesses de ambos os setores.

Para compartilhar a necessidade de investimentos com o nível de incerteza nas taxas de juros para os créditos a médio e longo prazos., os bancos estão adotando um sistema de taxas de repactuação, onde os juros são atualizados a cada 60 dias. Ou seja: oferece para o tomador o mesmo prazo dado ao aplicador. Di Cavalcanti frisa, inclusive, que dentro do sistema financeiro Banorte, onde é responsável  pelos setores de crédito, financiamento, investimento, respondendo pela corretora e toda área de mercado de capitais, incluindo o Banortinvest, Banorte ações , condomínio de ações , entre outros, a política é de repassar prazos e condições, sem misturar investimentos e moedas entre outros aspectos.

NOVAS OPÇÕES

Dentro desta nova realidade da economia brasileira, da necessidade de liquidez imediata de títulos e investimentos a  prazos cada vez mais curtos, o diretor da área de investimentos do Banorte anunciou a criação de novos mecanismos: um que vem atender ao aplicador,  o Renda Rápida, para pessoas físicas ou jurídicas que desejam aplicar suas pequenas disponibilidades de caixa, com rentabilidade diária e liquidez quase que imediata, além da vantagem do cliente poder fazer todas as operações por telefone. Para as pessoas jurídicas, ele anuncia que será implantado no Recife, um sistema de Factoring.

Fomento comercial, que dará apoio principalmente aos pequenos e médios empresários através da compra de suas duplicatas, onde a empresa de Factoring é que corre o risco da cobrança. Ricardo salienta que este sistema que já existe no Rio e São Paulo, no Recife e depois se estenderá por toda a rede de agencias do Banorte.         

Outro mecanismo criado pelo sistema financeiro, é o Banco de Negócios que objetiva oferecer assessoria econômica a financeira ás empresas na concessão de crédito, alienação, expansão e fusão, orientando quando a linha de financiamento adequada para cada caso em particular.

TAXAS DE JUROS

Sobre as altas taxas de juros vigentes no mercado, o especialista comenta que a culpa não é do sistema financeiro ou da expectativa inflacionária mas sim da política adotada pelas autoridades monetárias. Segundo ele, não interessa aos bancos taxas muito elevadas, uma vez que eles ganham com o spread , ou seja, com a diferença entre a captação e oferecimento do dinheiro, além do giro da moeda.

Frisa também que o ativo dos bancos é representado pelo passivo das empresas e se estas não conseguem gerar liquidez, para o sistema financeiro, observando, também que, juros, os bancos já estão sofrendo com o aumento do volume de inadimplência. 

 

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