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Os Caminhos do Crédito - Continuação

Imprensa


05/12/2005

Os Caminhos do Crédito - Continuação

Organização é o segredo

No segundo dia da série “Os caminhos do crédito”, a reportagem do JC vai mostrar os melhores meios para se conseguir financiamento bancário. As matérias vão trazer dicas de como fazer o cadastro no banco e apresentar o projeto de implementação ou expansão da empresa. Os conselhos facilitam a análise do credor e ajudam na hora da aprovação do empréstimo. As linhas de crédito de cada instituição e os setores prioritários para a liberação de recursos também vão ser exemplificados. A reportagem é de Ines Andrade e Viviane Barros Lima, como fotos de Renato Spencer. Amanhã, último dia da série, vai ser a vez de falar sobre os casos de sucesso com financiamento.

Uma empresa que pretende obter crédito deve ter consciência de que precisa, antes de tudo, operar na formalidade e estar com todas as certidões negativas de débito em dia. É preciso manter atualizadas todas as documentações obrigatórias, tais como cartão de inscrição do CNPJ e o aditivo do último aumento de capital. Em cada etapa do processo de solicitação do crédito, há uma lista dos documentos exigidos pelos bancos. Organizar a casa é tarefa essencial para ter sucesso na empreitada.

Isso quer dizer, ter todos os documentos, estar em dia com os órgãos públicos no pagamento dos tributos, ter demonstrações financeiras bem elaboradas e, se possível, bem auditadas. A auditoria dá credibilidade às demonstrações. “As empresas deveriam fazer um bom planejamento financeiro, de longo e médio prazo”, orienta Hugo Luna, gerente da Área de Finanças Corporativas da Deloitte. “A auditoria é importante para as empresas de grande porte. Ninguém vai exigir uma auditoria de uma empresa pequena. É muito caro”, completa o consultor empresarial e diretor da Di Cavalcanti, Ricardo Di Cavalcanti.

Para não ter problemas com órgãos federais no pagamento de tributos, a firma pode fazer um planejamento tributário. “São tantos tributos e essa confusão leva as empresas a terem problemas no pagamento e, com isso, não obter certidões”, constata Luna. Um planejamento fiscal também permite às empresas usufruir dos benefícios que possam ter, o que dá um impacto na geração de caixa, com reflexos nas demonstrações financeiras usadas na análise de crédito.

As certidões também têm prazos de validade, que podem vencer durante o processo de análise do crédito e terminar por atrasar a aprovação. Por isso, é importante o monitoramento desses prazos. O tempo levado na análise do crédito é variável, mas, às vezes, ele é mais longo do que a validade das certidões. “Normalmente, essas certidões são renovadas de duas a três vezes durante o processo de análise”, estima Juscelino Bourbon, diretor da Associação das Empresas de Consultoria Empresarial do Nordeste (Assemp). “Organização interna também significa ter um sistema modernizado e interligado que permita a obtenção de informações em curto prazo”, sugere Hugo Luna, para que a firma faça um melhor acompanhamento dos seus documentos.

Ainda antes de chegar ao banco, as empresas devem fazer uma análise do mercado em que vão atuar. “As empresas deveriam fazer isso independentemente de pedir dinheiro aos bancos. Saber quais serão as tendências desse mercado, qual a possibilidade de margem de lucro, o retorno sobre o investimento, o tempo de retorno, o valor presente líquido do investimento. Esse é um tipo de análise que os bancos vão fazer”, avisa Luís Mário Porto, gerente de Mercado do Banco do Brasil em Pernambuco.

A consulta prévia ao banco, antes da apresentação de projeto, também é importante para que a firma já tenha algum sinal de aceitação ou não do empréstimo. É uma forma de evitar perda de tempo e dinheiro, uma vez que o projeto normalmente é elaborado por uma consultoria contratada. “A empresa informa ao banco o que quer. A gente manda essa consulta para uma área técnica, que responde em três dias se há interesse por parte do banco de analisar o projeto de investimento”, ressalta Luís Porto.

O projeto, por sua vez, é mais detalhado. Na apresentação, todos os detalhes, por menores que sejam, são levados em conta. Projetos que não dão uma visão global do mercado, não consideram hipóteses pessimistas de uma reviravolta no setor nem incluem a reação dos concorrentes, entre outras coisas, têm uma possibilidade mínima de serem aprovados. “Tem projeto apresentado que vem com excesso de otimismo. Isso não é aconselhável. Ele deve analisar todos os cenários, tanto negativos quanto positivos, que podem surgir depois da implantação ou ampliação da empresa”, afirma Di Cavalcanti.

GARANTIAS – Três requisitos são básicos para a empresa conseguir o crédito: boa saúde financeira de suas contas, gestão competente e antenada e um projeto consistente. Outro quesito no qual os bancos prestam atenção são as garantias. Segundo o consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Reinaldo Dantas, os bancos privados são mais exigentes em relação às garantias do que os públicos. “Os privados exigem garantias contratuais, extracontratuais e até recursos próprios”, explica.

Di Cavalcanti diz que o BNB exige para a concessão de financiamento de longo prazo 100% de garantia real, hipotecária ou fiança bancaria. “Não precisa ser da empresa ou dos sócios. Pode ser emprestado de terceiros. A carteira de ações é que não vale como garantia para alguns bancos.” Para empréstimos até R$ 15 mil, o BNB só cobra um avalista, não uma garantia real. Na agricultura familiar, esse limite sobe para até R$ 20 mil.

“Para o financiamento de longo prazo, pedimos, geralmente, garantias reais mínimas de 130%”, calcula Luiz Alfredo Raposo, gerente do Departamento Regional Nordeste do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Jornal do Commércio - Economia

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