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Preocupante a inexistência de um planejamento estratégico efetivo para o crescimento harmônico de Pernambuco

Imprensa


18/08/2011

Preocupante a inexistência de um planejamento estratégico efetivo para o crescimento harmônico de Pernambuco

Raul Costa Bezerra Cavalcanti*


Após duas décadas de estagnação econômica - 1980 e 1990 - o Estado de Pernambuco vive um momento ímpar de seu desenvolvimento, sendo um dos principais responsáveis pelo crescimento econômico da Região Nordeste, acima da média nacional. O PIB de Pernambuco cresceu 15,78% em 2010, mais que o dobro da média nacional do mesmo ano, que ficou em 7,5%. 

 

O Estado hoje é a segunda maior economia da Região, ficando atrás apenas da Bahia. No entanto, a Região Metropolitana de Recife foi eleita por pesquisa encomendada pela MasterCard Worldwide como uma das 65 cidades com economia mais desenvolvida dos mercados emergentes no mundo. Apenas cinco capitais brasileiras entraram na lista: São Paulo, (12ª posição); Rio de Janeiro (36ª posição); Brasília (42ª); Recife (47ª); e Curitiba (49ª). Xangai e Pequim, na China, ocuparam as duas primeiras posições. 



É inevitável citar todos os investimentos que estão sendo realizados no Complexo Portuário Industrial de Suape quando se discursa sobre o crescimento econômico de Pernambuco. A maior parte desses investimentos, responsáveis por impulsionar a economia de Pernambuco na última década, se aglomeraram ao Sul da Região Metropolitana do Recife.



A maioria das políticas adotadas pelo Governo de Estado visando a atração desses empreendimentos para Pernambuco ocorreu através da concessão exacerbada de incentivos fiscais, através de programas como o PRODEPE - Programa de Desenvolvimento de Pernambuco - que concede crédito presumido de até 95% do ICMS, comprometendo grande parte da receita de todos os municípios do Estado, principalmente daqueles do Agreste e Sertão. Dessa forma, o crescimento econômico do Estado tem sido financiado por todos os Municípios, inclusive os mais pobres.

 

Não obstante, apesar de financiar parte da política utilizada pelo Governo do Estado para atrair os novos investimentos, a maior parte dos municípios do Interior - Agreste e Sertão - não têm usufruído dos benefícios desse desenvolvimento. Pouquíssimos empreendimentos se instalaram nessas localidades, principalmente por falta de políticas públicas.

 

A falta de um planejamento estratégico a fim de efetivar a interiorização do crescimento econômico vivido pelo Estado prejudica principalmente os municípios mais pobres e com mais baixos IDH - Índice de Desenvolvimento Humano -.

 

Adotar políticas de fomento aos clusters já existentes no Agreste e Sertão, utilizando-se da capacidade ociosa da infraestrutura disponível e o uso do excedente da mão de obra semicapacitada nessas localidades deveriam figurar com prioridade, se houvesse planejamento estratégico do Governo do Estado. São esses os Municípios que não desfrutam dos benefícios proporcionados pelo crescimento econômico que vem sendo concentrado ao Sul da Região Metropolitana. 



Investimentos e incentivos às atividades industriais presentes na Região, ao comércio, serviços e a implementação de atividades de logísticas, utilizando-se inclusive da grande oferta de áreas planas às margens das BR’s ou PE’s que não necessitam de grandes investimentos em infraestrutura rodoviária - acesso e terraplanagem -  poderiam ser alternativas para viabilizar novos empreendimentos nas localidades mais pobres do Interior. 



A fim de estimular a interiorização do desenvolvimento cabe ao Governo a identificação e exploração de oportunidades que serão geradas pela Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco, ambos sem qualquer planejamento específico, ainda. A elaboração de projetos para investimentos na Transnordestina, como criação portos secos e distritos de logística beneficiariam diversos municípios que estão no percurso da ferrovia em implantação. Em relação à transposição do Rio São Francisco, o estímulo a investimentos na agroindústria - como produção de compotas, doces, geléias, sucos, polpas, frutas secas e a produção de verduras, legumes e frutas para abastecimento da Região -, são alternativas para a geração de emprego e renda que já deveriam estar sendo planejado o seu incentivo e apoio para implantações ao longo da transposição.

 

Aos gestores municipais carece a elaboração de planos e propostas concretas para viabilizar a elaboração de um planejamento estratégico que atenda harmonicamente aos municípios, identificando seus potenciais setores e oportunidades, com a consequente cobrança de providências. Inexiste por parte do Governo do Estado um planejamento estratégico para atender a demanda de desenvolvimento de todo o Estado de forma integrada e harmônica, ao invés de só atrair indústrias e centrais de distribuição para parte do Litoral pernambucano.

 

*Di Cavalcanti & Associados Consultoria Empresarial.

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